Felipa Tavares aos 25 e aos 17 |
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Uma transexual no Exército? Não. Embora Felipa ostentasse cabelos compridos e se vestisse de maneira bem andrógina, ela era vista apenas como um homossexual extremamente feminino pelos colegas. E, apesar do ambiente machista, sua entrada não foi dificultada.
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“Me alistei, sem querer ou imaginar que fosse ser chamada. E, mesmo sem conseguir fazer dois dos exercícios, eles me apontaram e disseram: ‘bem-vindo ao inferno, você está dentro do quartel’. Foi quando comecei a tremer e me perguntar o que estava fazendo ali”, revela.
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Nos primeiros dias, teve um dos maiores traumas: viu seus lindos cabelos cortados e rapados. “Consigo lembrar da cara de prazer deles ao me verem careca”, recorda a top. Ela ressalta que também teve que abandonar o figurino unissex e a postura feminina. “A primeira vez que eu fui para lá, fui de calça apertada, bem andrógina”.
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Apesar da difícil rotina que estava por vir, Felipa decidiu parar de se lamentar e encarar o desafio da melhor maneira possível. Com espírito aventureiro, juntou-se aos outros rapazes, realizou todos os exercícios e até se arriscou em assuntos bastante masculinos. “Convivi pela primeira vez com meninos, já que sempre estive na presença de meninas”.
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“Tive que falar de futebol, ir pra rua, aprender a estar no meio deles. No começo me assustei, chorava, não gostava, mas aos poucos fui aprendendo a ter uma convivência amigável. Foi bom esse contato para o meu crescimento”, reflete.
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‘MEU AMOR POR UM SARGENTO’
Das tarefas que mais gostava como recruta, ela ressalta o curso de escalador e os acampamentos em grupo. “Desenvolvi um espírito aventureira e gostava dessas experiências. Tanto que posso dizer que o curso de escalador foi o melhor de toda a minha vida”, garante.
"Eu chorava por ter que conviver com os meninas, mas aprendi muito com a experiência" |
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Em uma festa com temática LGBT, Felipa encontrou o mesmo sargento e não se intimidou em cutucá-lo. “Peguei-o pelo braço e disse: ‘Não vai me dar mais nenhuma injeção, hein? Ele ficou branco, amarelo, roxo (risos). Falou: ‘Pelo amor de Deus não conta para ninguém’ e ficou comigo”, recorda.
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A história de amor escondido durou seis meses, sem interrupções ou preconceitos. Só terminou quando Felipa se interessou por outro rapaz do quartel, sem brigas. Hoje, eles são grandes amigos.
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VIDA DE MODELO
Felipa garante que, da experiência masculina, ficou apenas o espírito aventureiro. Mas, ao responder se o Felipe seria um bom modelo, ela descarta a possibilidade, mas lembra de momentos curiosos dentro do quartel.
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“Acho que não tinha nada a ver com ele... Se bem que eu já gostava de fazer pose no Exército. Tínhamos um fotógrafo, e eu pagava para ele bater foto minha. Tenho mais de 100 imagens de lá. Até foto com o pé quebrado (risos)”.
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As passarelas estavam em seu caminho...
"Namorei durante todo o tempo do Exército" |
"Curso de escalador foi o melhor de sua vida" |
"Desenvolvi o espírito aventureiro" |
Fonte: Neto Lucon
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