1. No aspecto psicológico
1.1.  O adolescente nesta etapa vive no seu mundo interior. Para conhecer a  própria personalidade, as suas ideias e ideais, compara-se com o mundo  dos outros.
1.2. Dá impressão de apatia devido a preocupação repousada e reflexiva pelos próprios estados anímicos.
1.3. Esta interiorização abarca também as esferas intelectuais, filosóficas e estéticas, enchendo a sua vida com estas teorias.
1.4. As características mais próprias deste período, são:
a) Crescente consciência e conhecimento do "eu".
b) Nascimento da independência.
c) Adaptação progressiva aos núcleos sociais da família, escola e comunidade em geral.
1.5. O espirito de independência cresce rapidamente, mas é imaturo ainda e manifesta-se com brusquidão e agressividade.
1.6. Independência e liberdade são a sua constante exigência.
1.7.  Opõe-se, portanto, a que o tenham sujeito ou lhe perguntem sobre os  seus assuntos, projectos, amigos com quem anda, ou a que se imiscuam na  sua vida privada.
1.8. É capaz de albergar sentimentos de rancor, vingança e violência, embora de modo esporádico e sejam pouco duradoiros.
1.9. Manifesta uma grande preocupação por pormenores e gestos que observa na pessoa a quem imita e idealiza.
1.10.  Interessa-lhe e procura conhecer a própria personalidade, mas é mais  observador em relação à dos outros, tanto dentro como fora do núcleo  familiar.
1.11. Aos 16 anos, o adolescente é já um pré-adulto, possui uma mente mais segura, porque está melhor ordenada e controlada.
1.12. Manifesta uma maior confiança em si mesmo e uma autonomia mais arraigada.
1.13. Em geral, domina perfeitamente as próprias emoções, possuindo um maior equilíbrio.
1.14.  Valoriza mais os motivos pessoais dos outros, sejam colegas ou adultos,  e pensa mais neles, pois apercebe-se de que o segredo da sua própria  felicidade se encontra relacionada com a vida dos outros.
1.15. Sente-se mais livre e independente do que aos 15 anos, por isso já não o preocupa tanto esta exigência.
2. Conduta social em relação com a vida escolar
2.1. Aos 15 anos, em geral, manifestam uma atitude hostil para com a escola, vão contra as exigências e normas rígidas.
2.2. Revoltam-se às vezes contra a autoridade, em geral, não individualmente mas em grupo.
2.3.  Entre os 15 e os 16 anos, começam-se a interessar novamente pelo estudo  sempre que for interessante e vital para a sua experiência o conteúdo  instrutivo, como por exemplo a Religião, as Ciências Sociais, etc.
2.4. Integram-se na comunidade escolar, participando nas actividades que a escola oferece.
2.5. Às vezes a vida escolar converte-se em válvula de escape, em meio para afrouxar as ataduras familiares.
2.6.  No âmbito escolar, põem-se de manifesto certas diferenças individuais,  académicas e sociais, relacionadas com a capacidade de liderança, o  talento e as atitudes intelectuais.
3. Atitudes das pessoas implicadas na sua educação
3.1.  É necessária uma atitude de abertura e de conhecimento das fases desta  idade, para evitar atitudes inadequadas para com os filhos, o  endurecimento da autoridade e o não reconhecer ao adolescente qualquer  tipo do direito. Isto, unido à conduta do próprio adolescente, provoca  choques violentos.
3.2. Deve-se aceitar a emancipação progressiva  dos filhos, e incluso favorecê-la, para os ajudar a serem livres e a  manifestarem-se como tais.
3.3. A existência da crise tem a sua  origem num problema afectivo, por isso temos de favorecer no adolescente  a criação de vínculos familiares, ambientais, ... (amor a Deus, à  Pátria ...).
3.4. Devem sentir-se realizados numa actividade ou  numa coisa, aspirando sempre a algo, isto é, devem ter um ideal, fé.  Também é importante o relacionarem-se com a família, o grupo, etc...
3.5.  Convém saber que estas crises passam com o tempo e que tudo volta a  normalizar-se, o que não significa que se deixe de actuar e não se  procure orientar positivamente o desenvolvimento dessas crises de modo a  que não deixem conflitos na personalidade do jovem.
3.6. É muito  inseguro, procura a orientação e o conselho de pessoas alheias à sua  vida familiar; assim, os educadores encontram um campo propício para uma  acção de formação mais profunda.
3.7. Precisam de uma mão  compreensiva para os ajudar no esforço de esclarecer e definir os seus  pensamentos e estados anímicos, coisa que é difícil para ele e o faz  cair em estados depressivos.
3.8. Às vezes convém tratá-lo com a mesma frieza ou indiferença com que se comporta, para que repare na sua própria atitude.
3.9.  As formas mais extremas de desafio exigem um guia habilidoso, bem como  prudência nas medidas de controle mais estritas que se pretendam  utilizar.
3.10. Temos de passar a ser "observadores participantes" na vida dos adolescentes.
3.11.  Devemos ajudá-los a encontrar a forma de se expressarem nas diversas  actividades, e procurar que o ensino seja estimulante e interessante,  senão podem cair no desleixo e na apatia perante o estudo.
3.12.  Recordando as tensões e inquietações da nossa própria adolescência,  estaremos em condições de ajudar os jovens e de sermos mais  compreensivos para com eles.
3.13. Devemos inculcar-lhes o respeito pelos pontos de vista alheios e o sentido da realidade.
 
 
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